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Opositor russo Navalny é condenado a três anos e meio de prisão, apesar dos protestos em seu favo

04/02/2021
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O ativista, detido ao voltar da Alemanha, irá para uma colônia penal. Descontado o período que ele passou em prisão domiciliar, a pena efetiva fica reduzida a dois anos e oito meses. Alexei Navalny foi condenado à prisão. Um tribunal de Moscou sentenciou nesta terça-feira o destacado opositor russo à internação em uma colônia penal (uma prisão onde os detidos trabalham) por violar repetidamente os termos de uma condenação de 2014 a três anos e meio por fraude e da liberdade condicional concedida naquela ocasião, por não se apresentar para as revisões judiciais. Aquela condenação foi restabelecida agora, mas a juíza descontou quase um ano da pena devido ao período que Navalny já passou em prisão domiciliar. Com isso, a pena efetiva fica reduzida a dois anos e oito meses. A sentença pode inflamar a já alta tensão entre o Kremlin e os seguidores do ativista anticorrupção. As autoridades mobilizaram um grande número de forças de choque no centro de Moscou e de São Petersburgo e responderam veementemente às pessoas que saíram às ruas para protestar contra o veredicto. Depois de ouvir a sentença, o proeminente adversário, que passou o julgamento fazendo gestos de afeto à esposa, Yulia Naválnaya, presente na sala, só conseguiu dedicar-lhe algumas palavras. “Não fique triste, vai ficar tudo bem”, comentou antes de ser retirado da sala, quando Naválnaya começou a chorar. Seus advogados informaram que apelarão da sentença até a última instância. A condenação gerou críticas dos Estados Unidos e do Conselho da Europa, que exigiram a libertação imediata do oponente e ficaram profundamente preocupados com o desenrolar do caso, cuja decisão surge, também às vésperas da visita a Moscou de o Alto Representante para a Política Externa da União Europeia, Josep Borrell. O Kremlin já havia frisado esta manhã que não aceitaria “sermões” de ninguém sobre o assunto, nem qualquer tipo de interferência. O líder oposicionista de 44 anos ―que foi detido ao voltar da Alemanha, onde se recuperou de um grave envenenamento sofrido em agosto na Sibéria, pelo qual culpa diretamente o presidente russo, Vladimir Putin― fez um inflamado discurso político durante a audiência judicial. Da cabine envidraçada onde tradicionalmente se sentam os acusados, o dissidente prometeu continuar lutando e voltou a acusar Putin: “Por mais que queira ser um grande geopolítico, sua principal amargura é que ficará na história como um envenenador”. Os protestos em larga escala em apoio ao oposicionista nas últimas semanas não alcançaram seu objetivo. Nem as críticas e a pressão dos países ocidentais que tinham exigido a libertação de Navalny, que se tornou o crítico mais visível do presidente russo e que conseguiu impulsionar as maiores manifestações da última década. As autoridades russas, que também processaram seus principais aliados, já tinham deixado claro que não se deixariam influenciar pela pressão pública. E assim foi. Navalny fica agora afastado não só da política ―já foi vetado nas eleições presidenciais de 2018―, como também das ruas. A sentença pode fazer com que as mobilizações sociais percam força, mas também pode dar ainda mais peso ao opositor e impulsionar os protestos. “Espero realmente que este processo não seja considerado pelas pessoas como um sinal de que devem ter medo”, insistiu Navalny perante a juíza, vestido um suéter azul marinho com capuz. O ativista anticorrupção elogiou as dezenas de milhares de pessoas que foram às ruas em várias cidades da Rússia, apesar das ameaças das autoridades e das duras prisões, e garantiu que não desistirá da luta política. Nesta terça-feira, dezenas de seguidores se reuniram em apoio a Navalni nas proximidades do Tribunal Municipal de Moscou, que amanheceu completamente cercado pela polícia e pela tropa de choque. Mais de 300 pessoas foram detidas, segundo a organização Ovd-Info. Navalni respondeu com certa ironia às acusações da Procuradoria, que sustentou que não há justificativa para que o opositor não tenha comparecido às revisões judiciais de seu caso e argumentou não só que ele violou as regras antes de sair do país, como também que as autoridades judiciais não tinham como saber que o ativista estava no exterior, na Alemanha ―para onde foi transferido sem ter conhecimento em um avião-hospital. “Eu estava em coma”, observou Navalni. “Poderia me explicar como eu poderia ter cumprido melhor minhas obrigações? Primeiro estava inconsciente, depois recuperei a consciência, e mais tarde tive de aprender a andar de novo”, assinalou o opositor, ressaltando que até o presidente russo ―que algumas vezes se referiu a ele como “o paciente de Berlim” por sua hospitalização na capital alemã― sabia que ele estava na Alemanha. Os advogados de Navalni argumentaram que não foram notificados de que o ativista era procurado até poucas horas antes que ele fosse colocado na lista de pessoas procuradas pelas autoridades russas. Desde que recobrou a consciência, o opositor sempre manifestou a intenção de voltar para a Rússia. E assim fez, apesar da certeza de que seria detido assim que pisasse em Moscou e de que a probabilidade de ser condenado era enorme. Na audiência desta terça-feira, a juíza aceitou a proposta do Ministério Público ―que pediu o restabelecimento da sentença original de três anos e meio de prisão, suspensa em 2014―, mas descontou o tempo que o oposicionista cumpriu em prisão domiciliar. Fonte: El País

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