A polícia afirma que a operação teve como objetivo impedir a organização criminosa Comando Vermelho de recrutar adolescentes para sequestros de trens. Pelo menos 25 pessoas, incluindo um policial, foram mortas em um tiroteio na quinta-feira durante uma operação contra traficantes de drogas na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, informou a polícia. Suspeitos tentaram escapar pelos telhados enquanto a polícia entrava na favela em veículos blindados e helicópteros sobrevoavam, mostraram imagens de televisão. O intenso tiroteio manteve os moradores em suas casas. Três policiais foram baleados e um morreu devido a um ferimento na cabeça no hospital, disse a polícia. As balas disparadas durante a batalha atingiram um vagão de trem leve e dois passageiros foram feridos por vidros quebrados da janela, disse o corpo de bombeiros. Jacarezinho é um dos bairros pobres mais populosos da cidade , conhecido como favelas, com cerca de 40.000 habitantes. É dominado pelo Comando Vermelho, uma das principais organizações criminosas do Brasil. A polícia considera o Jacarezinho uma das sedes do grupo. A operação de quinta-feira teve como objetivo investigar o recrutamento da organização de adolescentes para sequestrar trens e cometer outros crimes, disse a polícia em um comunicado. Eles disseram que a gangue criminosa tem uma “estrutura bélica de soldados equipados com rifles, granadas, coletes à prova de balas, pistolas, roupas camufladas e outros acessórios militares”. A polícia disse que entre os mortos em Jacarezinho estavam lideranças do Comando Vermelho. O Observatório de Segurança Pública da Universidade Cândido Mendes disse que pelo menos 12 operações policiais no estado do Rio neste ano resultaram em três ou mais mortes. O diretor do Observatório, Silvio Ramos, disse que a operação de quinta-feira foi uma das mais mortíferas da história recente da cidade. “Este é o maior número de mortes em uma operação policial no Rio, ultrapassando 19 no Complexo do Alemão em 2007, só que não perdemos um dos nossos naquela ação”, confirmou o delegado Ronaldo Oliveira à Reuters. Muitas das batidas parecem violar uma decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil no ano passado que ordenou que a polícia suspendesse as operações durante a pandemia COVID-19 , que está ocorrendo no Brasil, restringindo-as a situações “absolutamente excepcionais”. Fonte: Aljazeera