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Acordo de submarino nuclear divide australianos e irrita China e França; entenda

20/09/2021
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Medida enfureceu França, pois o país perdeu um acordo de longa data para fornecer submarinos movidos a diesel para a Austrália. Os EUA e o Reino Unido compartilharão tecnologia e experiência com a Austrália para ajudá-la a construir submarinos com propulsão nuclear como parte de um pacto de defesa recém-anunciado entre os três países. O movimento causou fúria na China e na França, que perdeu um acordo de longa data para fornecer submarinos movidos a diesel para a Austrália. No entanto, não são apenas os franceses que estão furiosos. Grupos antinucleares na Austrália e muitos cidadãos estão expressando raiva com o acordo, preocupados que ele possa ser um Cavalo de Troia para uma indústria de energia nuclear, à qual o país tem resistido por décadas. A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, falou pessoalmente com seu homólogo australiano, Scott Morrison, para dizer-lhe que os navios não seriam bem-vindos nas águas de seu país, que é uma zona sem armas nucleares desde 1984. Seis países (Reino Unido, Estados Unidos, China, Rússia, Índia e França) já têm submarinos movidos a energia nuclear em sua frota, e muitas das principais economias desenvolvidas, incluindo os EUA e o Reino Unido, usam o meio nuclear em sua matriz energética. Na França, 70% da eletricidade é gerada em usinas nucleares. Então, por que tanto barulho? Veja por que alguns australianos estão incomodados com este acordo. Como é produzida a energia nuclear? A energia nuclear é o segundo maior contribuidor mundial de eletricidade de baixo carbono no mundo, depois da energia hidrelétrica, de acordo com a Agência Internacional de Energia (conhecida pela sigla em inglês IEA). É responsável por cerca de 10% da eletricidade mundial, gerada por pouco mais de 440 reatores de energia. A energia vem de um processo conhecido como fissão nuclear, que envolve a divisão de átomos de urânio em um reator que aquece água para produzir vapor. Esse vapor é usado para girar turbinas, que por sua vez produzem eletricidade. O urânio é um metal pesado encontrado em rochas e fundos marinhos e é um elemento poderoso. Uma pelota de urânio enriquecido (aproximadamente do tamanho de uma borracha como aquela usada na outra ponta de um lápis) contém a mesma energia que uma tonelada de carvão ou três barris de petróleo, de acordo com GE Hitachi Nuclear Energy. Embora o processo em si não gere emissões, geralmente são emitidos gases de efeito estufa durante a mineração de urânio, e o processo de enriquecimento pode ser intensivo em emissão de gases. A energia nuclear é renovável? A resposta simples é “não”. A energia produzida pelas usinas nucleares é em si renovável, e o vapor produzido nos reatores nucleares pode ser reciclado e transformado em água para ser usado novamente no processo de fissão nuclear. Mesmo assim, os materiais usados em sua produção, porém, não são renováveis: o metal é tecnicamente finito. Mas há um argumento de que pode ser usado de forma sustentável: os recursos de urânio em todo o mundo são tão grandes que os especialistas em energia não preveem que se esgotem. Muitos grupos que se opõem à energia nuclear, no entanto, o fazem por causa da destruição ambiental causada pela mineração de urânio. Os governos em muitas partes do mundo estão contando com a energia nuclear para ajudar a “descarbonizar” suas economias. O método nuclear é amplamente considerado uma forma eficiente de produzir eletricidade e, dependendo da energia usada para minerar e enriquecer o urânio, pode ser uma fonte de energia com emissões zero. Além de suas credenciais de baixo carbono, a energia nuclear é considerada como tendo o fator de capacidade mais alto de qualquer fonte de energia, o que significa que as usinas nucleares funcionam na potência máxima por mais tempo do que outros tipos. Nos Estados Unidos, eles funcionam em alta capacidade 92,5% do tempo, segundo dados do governo. Para as termoelétricas (movidas a carvão), a alta capacidade é de cerca de 40% e, para eólica, cerca de 35%. A energia nuclear pode evitar que milhões de toneladas de emissões entrem na atmosfera a cada ano, em comparação com os combustíveis fósseis. Parece bom. Então, por que tantos australianos são contra isso? Não é só a Austrália. Vários países travaram o desenvolvimento da indústria de energia nuclear desde o desastre de Fukushima no Japão em 2011. A usina Fukushima Daiichi perdeu energia após um terremoto e tsunami, o que significou que os sistemas de resfriamento falharam, levando a derretimentos nucleares e explosões de hidrogênio, e enviando radiação nociva para a atmosfera. Partes da cidade permanecem fechadas até hoje. Foi o pior desastre nuclear desde Chernobyl em 1986, quando um teste que deu errado desencadeou uma explosão e um incêndio, liberando no ar quantidades devastadoras de material radioativo. Trinta e uma pessoas morreram no próprio acidente em Chernobyl, e muitas outras morreram devido aos efeitos da exposição à radiação nos anos seguintes, com algumas estimativas na casa das dezenas de milhares. O movimento antinuclear da Austrália é ainda mais antigo do que isso, iniciado em uma forte onda de protestos na década de 1970. À época, havia preocupações tanto com os impactos ambientais da mineração de urânio (do qual a Austrália possui enormes reservas) como com os riscos à saúde pública, particularmente entre as comunidades que vivem perto das instalações propostas. Também existem preocupações sobre como armazenar o lixo nuclear com segurança. Explosões ou vazamentos de resíduos armazenados também podem afetar a saúde humana, embora esses desastres sejam muito menos comuns do que antes. Em 1977, o Movimento Contra a Mineração de Urânio na Austrália coletou 250 mil assinaturas para uma moratória na extração do metal, embora a energia nuclear não estivesse sendo usada no país. Mas a Austrália ainda extrai o metal hoje e o exporta para gerar energia nuclear em outras partes do mundo. Há uma pressão política crescente na Austrália vinda de líderes dos liberais (ou seja, o partido conservador da Austrália) para começar a usar a energia nuclear. Sem ela, argumentam alguns, será impossível chegar à emissão líquida zero em 2030. O país resistiu à energia nuclear em grande parte porque tinha reservas abundantes de carvão e gás, mas está sob pressão para diminuir o uso de combustíveis fósseis. Ao anunciar o novo acordo, o primeiro-ministro Morrison disse que a Austrália não estava procurando desenvolver “capacidade nuclear civil”, que incluiria usinas nucleares. Mas o líder do Partido Verde, Adam Bandt, criticou o acordo em um tuíte por colocar “Chernobyls flutuantes no coração das cidades australianas”, dizendo que isso “torna a Austrália menos segura”. Bob Brown, um ex-líder dos verdes que fez campanha contra navios de guerra nucleares que entraram na Tasmânia na década de 1980, disse ao jornal “Financial Review” na quinta-feira (16) que o acordo colocou o país mais perto de desenvolver uma indústria de energia nuclear e alertou para uma reação adversa. “Acho que é muito covarde o que o governo fez”, opinou Brown. “Foi tomada uma decisão sem consultar o povo, sabendo que ele se oporia”. Fonte: CNN

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