A agência federal de segurança rodoviária acredita que um bug de software, que será atualizado, tenha causado vários acidentes em cruzamentos e semáforos. Um novo revés para Elon Musk. A Tesla, fabricante de veículos elétricos que fundou em 2003, passará a revisar 362.000 veículos porque o software de direção autônoma pode causar um acidente, anunciou quinta-feira a National Highway Safety Administration (NHTSA), agência federal que depende do Departamento de Transportes). A notícia provocou uma queda imediata na cotação das ações da empresa no índice Nasdaq, com uma perda de 3,35% no meio da sessão. A agência de segurança rodoviária informou que o software de direção autônoma permite que um veículo “exceda os limites de velocidade ou viaje [por interseções] de maneira ilegal ou imprevisível, aumentando o risco de acidentes ” . A Tesla vai lançar uma atualização do programa, que será gratuito para os clientes, embora tenha dito que não tem conhecimento de nenhum acidente que resulte em lesões ou morte por esta causa. A revisão afeta os modelos S, X, 3 e Y, todos fabricados entre 2016 e 2023 e equipados com um dos dois sistemas de software de piloto automático , o chamado FSD Beta. “O recurso [condução autônoma] pode potencialmente violar as leis de trânsito locais durante a execução de certas manobras de direção”, disse a NHTSA. Entre os possíveis exemplos, o órgão cita cruzar cruzamentos ou fazer curvas com o sinal amarelo, além de mudar de faixa. O anúncio da agência federal ocorre horas depois de a Casa Branca, que promove a fabricação e o uso de veículos elétricos, anunciar que a empresa de Musk abrirá parte de sua rede de postos de recarga (pelo menos 7.500 postos no total), até o final de 2024). para seus concorrentes, depois que o presidente Joe Biden arrancou o compromisso de Musk. A administração democrata pretende ter pelo menos 500.000 carregadores de veículos elétricos acessíveis ao público nas rodovias americanas até 2030, independentemente da marca do veículo que dirigem. Sobre a segurança dos veículos da Tesla, tripulados ou não, as notícias de acidentes sucedem-se . Um Tesla descontrolado matou duas pessoas na província de Guangdong (China) em novembro passado, embora não haja registro de que o motorista, que testou negativo para álcool e drogas, tenha ativado o sistema de piloto automático. Neste mesmo mês soube-se que um Tesla que causou um acidente em San Francisco em novembro tinha o sistema AutoPilot ativado. A batida, que envolveu oito veículos, deixou vários feridos, inclusive uma criança. Os carros fabricados pela Tesla possuem dois sistemas de direção automática distintos, o piloto automático, destinado ao uso em rodovias e vias expressas, e o FSB Beta, para ambientes urbanos e capaz, supostamente, de reconhecer semáforos, sinais de parada e realizar curvas na cidade O Beta é o que supostamente causou as falhas nos veículos que vão ser retirados. Nos casos de Guangdong e San Francisco, a origem do acidente foi o que é conhecido como frenagem fantasma ., ou automático, quando os sistemas de piloto automático e FSD ativam o freio à força sem motivo aparente e com consequências terríveis. A agência de segurança rodoviária lembrou que, apesar dos programas de piloto automático, a condução do veículo requer sempre a supervisão de um humano. Além de um processo contra Musk por seus tweets sobre o futuro da empresa, a Tesla experimentou um dos piores desempenhos do mercado de ações em Wall Street nos últimos meses. A empresa do magnata sul-africano encadeou no ano passado a pior sequência bolsista desde 2018 e no final de dezembro perdeu quase 70% do seu valor nesse ano. Para além da sua ruidosa entrada na rede social Twitter , as dúvidas sobre o abrandamento da procura e a promoção do Governo dos carros elétricos, com subsídios a particulares, pesaram sobre a pioneira empresa automobilística elétrica e levaram-na a oferecer suculentos descontos nos seus carros. Fonte: El País