O animal foi encontrado numa pequena quinta no norte do país. O ministro da Agricultura insiste que não há risco para o consumo nem para a saúde pública. O Brasil detectou na quarta-feira um caso da chamada doença da vaca louca e nesta quinta-feira suspendeu imediatamente as exportações de carne bovina para a China, conforme determina um protocolo bilateral para situações como esta. A doença foi detectada em uma vaca de nove anos em uma pequena fazenda em Marabá, no estado do Pará, no norte do Brasil. O animal foi sacrificado e cremado e a propriedade foi rapidamente isolada. Segundo as autoridades brasileiras, ele comia capim, o que torna menos provável que tenha desenvolvido a forma mais perigosa de encefalopatia espongiforme bovina. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMAS) foi rapidamente informada do caso e as amostras foram enviadas para o laboratório de referência desta instituição no Canadá, onde nos próximos dias ficará claro como contraiu a doença. Há duas formas: a atípica, quando ocorre espontaneamente devido à velhice da vaca, ou por contágio, quando ela ingere ração feita com proteína animal contaminada, como farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil essa prática é proibida. Em 2022, o Brasil exportou US$ 13 bilhões em carne bovina, 42% a mais que no ano anterior, e a China comprou mais da metade dessa carne, segundo dados do Ministério de Comércio Exterior. O ministro da Agricultura e Pecuária do novo governo Lula, Carlos Fávaro, disse em entrevista a uma rádio que é "muito provável" que se trate da versão atípica da doença, o que não implica risco de propagação para o resto do rebanho ou transmissão para humanos. Além disso, ele tranquilizou a população ao dizer que não há risco de consumo de forma alguma. Mesmo assim, horas após a confirmação do caso, o Brasil parou de exportar carne bovina para a China, seu principal comprador. É uma medida protocolar e preventiva, já que o gigante asiático é um dos importadores mais exigentes e tem esse acordo com o Brasil. Em 2021, a China ficou mais de 100 dias sem importar carne bovina brasileira depois que dois casos de vaca louca foram detectados nos estados de Mato Grosso e Minas Gerais. Agora, as autoridades brasileiras querem evitar a todo custo um novo golpe que o veto pode significar para a pujante pecuária, um dos pilares da economia nacional. “Quando o mercado suspende suas exportações, gera um certo receio, e isso mexe um pouco negativamente com o mercado de carnes, mas nosso trabalho é agir com rapidez e transparência para poder voltar à normalidade o mais rápido possível”, explicou o ministro. Fonte: El País